O acidente que tirou a vida de uma jovem no final do mês de abril traz algumas reflexões sobre a educação no trânsito e a cultura da vergonha, ou preguiça de querer andar de ônibus depois da balada
Que acontecem acidentes no trânsito
envolvendo jovens, isso não é novidade para ninguém. Que ocorrem
imprudências e acessos no transito em uma determinada faixa etária
também não é informação nova para ninguém. Mas tudo isso parece entrar
em uma rotina, já não se reflete mais, entra em uma “normalidade”.
Uma pergunta que não deveria ser deixada
de lado todos os dias: por que tantos jovens morrem no trânsito? E
estamos falando de uma realidade local. Em Joinville, todas as semanas
morrem jovens que tinham tudo pela frente, mas por um descuido, acabam
interrompendo a vida.
No final de Abril, mais precisamente no
dia 27, por volta das 6h da manhã, um grave acidente tirou a vida de
Paloma Ketlen dos Santos, 18 anos. Ela e outros amigos estavam na última
noite da tradicional casa de Joinville, Big Bowlling. Logo após uma
noite inteira de diversão começou a preocupação comum: “como vamos
embora”. A resposta mais correta seria ir de ônibus, mas não foi isso
que aconteceu.
Em apenas um veículo, um Chevrolet
Celta, que deveria ter no máximo quatro ocupantes, entraram sete
pessoas. Sim, sete pessoas em um mesmo e pequeno carro.
Um funcionário do posto de combustível
da Rua Dona Francisca disse ter visto todos os jovens quando eles
pararam para comprar salgadinho. Ele ficou admirado com tanta gente
descendo do carro. Segundo ele, estavam todos alegres, eram quatro
rapazes e três meninas bem novas. Depois da compra embarcaram no carro e
o motorista teria saído em alta velocidade. Mais na frente, deixou um
ocupante e retornaram pela Rua Dona Francisca, sentido centro.
Na curva próxima do Parque Industrial
Perini eles passaram reto e o veículo capotou por várias vezes. A jovem
Paloma, que estava no colo de outro passageiro, poranto sem cinto de
segurança, foi arremessada para fora do veículo e morreu.
Imprudência
É básico, é uma questão de lógica, é
muito simples: se beber, não dirija, mas isso parece tão distante do
brasileiro, parece algo impossível de acontecer e, enquanto isso, vai
aumentando o número de mortes no trânsito. Neste acidente aconteceu uma
série de imprudências, principalmente por parte do motorista, que tinha
recém saído de uma festa e lotou o carro para fazer o “delivery” da
galera. Encheu o carro e saiu em alta velocidade, ou me diz se o veículo
teria capotado por tantas vezes se tivesse respeitado a velocidade da
via, que naquela curva é de 40km/h?
Outra grande imprudência foi da jovem,
em ter aceitado entrar em um carro com tanta gente. Por que não pegar um
ônibus? Será que existe preconceito por parte das meninas das baladas? É
feito entrar em um ônibus?
Eu já morei em país de primeiro mundo e o
mais comum é ver os jovens irem de bike para a balada, param na frente,
passam o cadeado em um poste e curtem as festas mais top’s da cidade.
Lindas meninas e rapazes que tem em primeiro plano curtir a noite sem um
“pingo” de preocupação. Está na hora de refletir um pouco mais, vamos
começar a mudar. Claro, espero que alguns jovens que precisam realmente
ler este texto consigam chegar ao final deste artigo, triste realidade. [JNB Online]